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Num lugar longínquo havia um vizir, uma pessoa muito sábia, que tinha o papel de fazer justiça no palácio real. Era um homem muito procurado por todos pela fama da sua sabedoria. Uma das frases que ele mais usava era: ”Se calhar, isso aconteceu para o seu bem!” Um dia, o rei perdeu um dedo num acidente. Ficou muito aflito e foi procurar consolo junto do vizir. Depois de se lamentar, o vizir disse-lhe: “Vossa Majestade, se calhar, isso aconteceu para o seu bem!” O rei não esperava nada daquilo, gostaria de ouvir algo como “tem razão para ficar triste, coitado” e ficou zangadíssimo. A sua cólera era tanta que o mandou prender nas masmorras do reino. Passaram-se algumas semanas e o vizir preso a pão e água. Um dia, o rei foi a uma caçada e, no meio da floresta, ele e os seus servidores foram aprisionados por uma tribo de canibais. Mataram imediatamente todos os criados e levaram o rei para a aldeia. Como era o mais nobre de todos, seria oferecido às divindades. Começaram os preparativos. Aqueceram a água e preparavam-se para lavar o rei quando repararam na falta do dedo. Um ser defeituoso não servia para os deuses. Explicando-lhe a razão, libertaram-no. O rei ficou felicíssimo e, enquanto corria para o palácio, pensava na injustiça que cometera com o vizir. Pensava: “O que eu fiz não tem perdão. Tenho que o libertar imediatamente!” Foi pessoalmente à masmorra pedir-lhe perdão e contou-lhe o sucedido. O vizir ouviu atentamente e retorquiu:” Mas, Vossa Alteza, se calhar isso aconteceu para o meu bem” O rei não entendeu a calma e o desapego do vizir: “Como é possível pensares que foi para o teu bem? Que bem é que pode advir de uma prisão escura e húmida?” Serenamente o vizir respondeu: “Se Vossa Alteza não me tivesse mandado prender, eu teria ido consigo à caçada! Teria sido morto.
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